A Democracia nas Urnas

Em 1991, quando escrevi o prefácio da primeira edição deste livro, eu o fiz ciente de que estava a produzir um texto desnecessário. Lavareda não precisava ser apresentado. E hoje? Hoje, como é fácil imaginar, eu vejo minha tarefa como um perfeito contrassenso. Nos vinte anos transcorridos desde o aparecimento deste magnífico A Democracia nas Urnas, Lavareda firmou-se como um cientista social de primeira linha e uma referência obrigatória no debate político nacional, sem esquecer, é claro, o título de “mago das pesquisas eleitorais” que a imprensa apropriadamente lhe atribuiu.

Antonio Lavareda - A Democracia Nas Urnas

Antonio Lavareda – A Democracia Nas Urnas

Fiz em 1991 esta observação: “estamos diante de um livro memorável: um marco, sem favor algum, na evolução dos estudos políticos brasileiros”. De fato, Lavareda trouxe esclarecimentos decisivos para uma questão fundamental no debate sobre o regime de 1946-64: a da suposta debilidade do sistema partidário como um fator causal do colapso da democracia. Reavaliando os dados político-eleitorais daquele período, ele mostrou que o referido sistema tendia a se estabilizar – e não a se desintegrar, como outros autores haviam argumentado. Refutou, assim, a tese do artificialismo dos partidos e a responsabilidade que frequentemente se lhes atribuía no advento do ciclo de governos militares. Escreveu Bolívar Lamounier no prefácio da 3a edição desta obra, publicada em 2012.

Antonio Lavareda. Rio de Janeiro: Ed. Revan, 2012, 218 p.

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