Como se organiza um sistema partidário? Como nasceram e como se enraizaram na sociedade as organizações políticas que iriam disputar o poder nas urnas, após um longo intervalo ditatorial? Responder a essas questões deu ensejo a este texto focado em Pernambuco no início do período democrático do pós-guerra. O período analisado 1945 – 1947, com as três primeiras eleições, inicia-se como uma “democracia de participação extensa” e se encerra com a proscrição dos comunistas, medida que, como o texto revela, afeta decisivamente a dinâmica e a qualidade daquele sistema partidário.
A agitação política dominava o País. Intelectuais, estudantes, políticos, estavam cansados do Estado Novo. Aquele 1945 entraria para a História do Brasil como o ano que deu início à redemocratização do pós-guerra. A justiça eleitoral foi reinstalada no País e as eleições diretas restabelecidas. Começava, assim, a chamada Quarta República.
A partir de então, os partidos se organizaram. Surgiram legendas que despertaram paixões. Entre elas o PSD, a UDN, o PTB. O PCB foi legalizado. No ano seguinte o país ganharia nova Constituição.

Antonio Lavareda – Partidos no Pós-Guerra: Primeiras Eleições em Pernambuco, 1945 – 1947
Pernambuco foi um capítulo especial nesse momento político. Pelas suas lideranças. E pela influência regional. Mas, havia uma lacuna no registro de informações sobre esse período histórico no Estado. Este texto, dissertação de mestrado em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco foi aprovado com distinção em fevereiro de 1980. Agora, transformado em livro, lança luz na história partidária-eleitoral dos anos 1945 a 1947.
Quais as diferenças em Pernambuco de legendas como a UDN e o PSD? Quem eram os fundadores dos partidos e como o poder econômico influenciava a vida política? Por que o PCB, em apenas dois anos, voltou à legalidade e foi levado à clandestinidade quando estava em crescimento na Região Metropolitana do Recife?
São questionamentos que despertam o interesse de sociólogos, cientistas políticos, jornalistas, historiadores e políticos.
Antonio Lavareda. Recife: Ed.UFPE, 2008, 184 p.
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