Quais as armas que os partidos usam, tentando atrair os prefeitos para suas fileiras?
Hoje no Índice CNN, junto com o Iuri Pitta, comentei sobre o momento atual de nossos trabalhos, quando estamos finalizando no calendário eleitoral das eleições municipais deste ano. Essa janela partidária, digamos assim, é uma coisa muito curiosa. Mais uma jabuticaba brasileira. É o momento em que a infidelidade é permitida, o divórcio é realizado e imediatamente se estabelece um novo casamento.

Enquanto você lê esse conteúdo, com certeza, está havendo em todo o Brasil uma autêntica guerra, como a expressão popular diz: “uma guerra de foice”. Embora silenciosa é abaixo da linha de visibilidade, inclusive, em muitos casos, da imprensa, para conquistar prefeitos. Por quê? Porque já se viu que nada aumenta tanto a probabilidade de um partido eleger muitos prefeitos do que já ter prefeitos concorrendo à eleição, o fator reeleição. Os partidos estão atrás de filiar prefeitos, ou seja, “roubar” prefeitos dos outros partidos. Ou ainda, atrair prefeitos dos outros partidos.
E quais são as armas mais utilizadas, as disponíveis?
Aí os maiores levam vantagem. São basicamente cinco armas. Em 1º) Os grandes partidos têm maior tempo de televisão e rádio, o que é uma variável super importante. 2º Os grandes partidos têm um volume maior de recursos do fundo eleitoral e isso é um oferecimento que faz muita diferença para um prefeito que teria dificuldade de custear sua campanha. 3º) É preciso lembrar que entre os grandes partidos, muitos ocupam ministérios, os quais podem ajudar os municípios efetivamente. 4º) Os partidos têm participação frequente nas prefeituras e nas secretarias, nos governos estaduais, então podem oferecer cargos importantes em departamento, ou seja, usam o fatiamento da máquina para atrair novos prefeitos. 5º) É muito importante e pouco percebido na maioria dos casos, pela capacidade dos grandes partidos de estruturar chapas de vereadores.
Enquanto isso, os pequenos partidos sofrem para estruturar essa chapa de vereadores e os grandes partidos têm melhores condições de fazer isso, o que se tornou um problema dramático para todas as legendas a partir do final das coligações nas eleições proporcionais. Essas cinco são as principais moedas de troca utilizadas pelos partidos para “roubar” prefeitos dos concorrentes.
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