Confira a entrevista de Antonio Lavareda para o JC

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Lavareda aponta rumos para 2018

Ao avaliar eleições deste ano, sociólogo faz prognósticos para o próximo pleito

Os partidos de centro-direita do Brasil poderão sair vitoriosos da eleição presidencial de 2018 se optarem pela união e lançarem um candidato único. Essa é a opinião do sociólogo e doutor em ciência política Antonio Lavareda, exposta na tarde de ontem em uma mesa de debates sobre as eleições municipais deste ano, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Também participaram do debate analistas políticos do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais.

“É muito difícil esse grupo não eleger um candidato no primeiro turno nas eleições nacionais. Imagina, com a nova regra, o que isso gerará em tempo de televisão, será um strike (referindo-se à jogada de boliche em que todos os pinos são derrubados de uma única vez). Agora, se o centro-direita se dividir, se fragmentar, acompanhar a fragmentação da esquerda, nós vamos ter um padrão parecido com o de 1989”, disse Lavareda, lembrando o resultado do primeiro turno do pleito daquele ano. Como havia muitos candidatos, eles conseguiram pouca porcentagem de votos, levando a disputa para o segundo turno entre Fernando Collor e Lula.

Ainda na opinião de Lavareda, a fragmentação do bloco de centro-direita poderá acelerar a recuperação dos partidos de esquerda, especialmente do PT, de se reerguerem após o baque eleitoral e do encolhimento do partido observado após o resultado da eleição deste ano. Ainda na visão do cientista político, a esquerda deve seguir fragmentada.

Lavareda avaliou, ainda, que as novas regras eleitorais aplicadas este ano, como a redução do período de campanha, fortaleceram o guia eleitoral, principalmente na televisão. “A televisão passou a ser praticamente o meio largamente predominante de comunicação. O papel das redes sociais nas grandes cidades foi absolutamente secundário. Foram poucas as grandes cidades em que as redes sociais foram importantes como fator de audiovisual. Nos pequenos e médios municípios, sem televisão, elas foram importantes”, opinou.

Para Lavareda, uma das consequências das mudanças na propaganda foi a reeleição de 75% dos prefeitos de capitais que disputaram o cargo novamente. Como exemplo, foi citada a vitória de João Dória (PSDB) no primeiro turno em São Paulo. “Sem essa estrutura de TV e sem o governador Alckmin e o PSDB terem montado a maior coligação eleitoral que já houve na história de São Paulo, e com o maior tempo de televisão na história da política paulistana, não haveria vitória no primeiro turno”, exemplificou.

Jornal do Commercio – 11/11/2016

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