Da Redação – Brasil 247
O cientista político Antonio Lavareda realizou palestra nesta segunda-feira na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em que analisou o cenário atual para as eleições gerais de 2018; de acordo com ele, o deputado federal e pré-candidato Jair Bolsonaro, embora seja citado com destaque nas pesquisas de intenção de votos, "não é competitivo" para se eleger presidente; "Bolsonaro não tem condições de conseguir ganhar uma eleição de segundo turno", afirmou
O cientista político Antonio Lavareda realizou uma palestra nesta segunda-feira na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em que analisou o cenário atual para as eleições gerais de 2018. De acordo com ele, o deputado federal e pré-candidato Jair Bolsonaro, embora seja citado com destaque nas pesquisas de intenção de votos, “não é competitivo” para se eleger presidente. “Bolsonaro não tem condições de conseguir ganhar uma eleição de segundo turno”, afirmou.
Durante a palestra – organizada pelo Conselho Político e Social da ACSP –, Lavareda deixou claro que ainda está cedo para quaisquer projeções mais concretas. E alertou: “A previsão dos especialistas, na média, não se distinguia muito de escolhas aleatórias”, disse em referência aos achados de uma pesquisa científica. De todo modo, o cientista político avaliou que o presidente Michel Temer está sob um efeito teflon, “em que nada de positivo se adere a ele”, descartando assim qualquer possibilidade dele se reeleger no ano que vem.
No lado esquerdo do espectro político-ideológico, destacou o nome de Marina Silva, quem, segundo ele, tem grandes chances de se eleger presidente na eventualidade de uma não candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Marina já tem 27% dos votos válidos. Num patamar como esse, ela pode não apenas ir para o segundo turno, como ir em primeiro lugar. Se competir com Bolsonaro, ele não vê nem a corda chita.”
Novas regras
Sobre a redução do tempo de TV, conforme legislação aprovada este ano, o especialista lembra que a televisão ainda é, de longe, o meio de comunicação que mais influencia o voto do eleitor, devendo ter melhor desempenho o candidato que tiver mais tempo de exposição. “A televisão continuará a ser, nesse ciclo eleitoral de 2018, a mais poderosa plataforma formadora de opinião”.
Participaram do encontro ex-deputados, senadores e nomes de destaque do cenário político. Entre eles, o atual deputado federal Heráclito Fortes, que se posicionou contra a quantidade atual de partidos e a criação do fundo eleitoral. “Eu votei contra o fundo partidário. Posso até pagar um preço por isso. Mas minha justificativa é que sou de um Estado pobre, paupérrimo, que está quebrado. Não tem dinheiro para hospital nem educação. Como vai desviar dinheiro de emendas parlamentares para financiar eleição? Quem pensar bem, e que agora está sem jeito, jamais aprovaria o fundo partidário”, afirmou o parlamentar. “Não tenho dúvidas de que o próximo escândalo que vamos ter será em relação aos gastos dos fundos. Tem partido que comprou helicóptero”, indignou-se em seguida.
Por fim, o presidente da ACSP, Alencar Burti, também criticou a grande fragmentação partidária existente no País. “Por mais otimista que você seja, esse quadro de múltiplos partidos é uma coisa que, para o eleitor que não vive a política, é um quadro difícil de fazer uma opção. Fica muito difícil”, disse.
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