Eleição entra julho com incerteza alta

Por Liliana Lavoratti  (Jornal DCI – 03/07/2018)

Partidos intensificam negociações para definir candidatos e coligações a partir de 20 deste mês

Fernando Haddad, provável candidato do PT, deve ser favorecido pela ajuda do lulismo

Fernando Haddad, provável candidato do PT, deve ser favorecido pela ajuda do lulismo (Foto: Estadão Conteúdo)

A corrida presidencial entra em julho – pouco mais de três meses da votação nas urnas – com elevado grau de imprevisibilidade, alta pulverização de candidatos – cinco nomes mais competitivos – indefinição em torno das coligações que vão determinar estrutura partidária e tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV. O prazo para as legendas definirem seus candidatos e alianças, no entanto, começa a ficar mais curto. A legislação eleitoral vigente prevê que de 20 deste mês a cinco de agosto, os partidos devem realizar suas convenções e decidir os nomes das chapas com as quais vão concorrer, bem como por quem serão apoiados.

Jogo para valer em 16 de agosto

Na fase seguinte, de 6 a 15 de agosto, os partidos registrarão as chapas que disputarão os votos no primeiro turno, em 7 de outubro, e 28 de outubro, segundo turno, se houver. “O jogo começará para valer a partir de 16 de agosto, com a campanha eleitoral. Até lá, deve haver poucas oscilações nas pesquisas de intenção de voto”, afirmam analistas da consultoria Arko Advice. Segundo o cientista político Antonio Lavareda, as pesquisas poderão ser levadas a sério depois de uma semana, mais ou menos, do início da propaganda eleitoral, que terá a largada em 31 de agosto.

Força dos palanques e tempo na TV

Os nomes mais competitivos são os do ex-presidente Lula (PT), de Jair Bolsonaro (PSL), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (REDE), Geraldo Alckmin (PSDB). Na confirmação da impossibilidade de Lula concorrer, o que é bem provável, o quinto colocado seria Fernando Haddad, cogitado para substituir o ex-presidente na candidatura do PT. “Como nas eleições deste ano não haverá financiamento empresarial de campanha, a estrutura partidária, os palanques estaduais, o tempo de TV e o controle da máquina administrativa terão um peso maior que o habitual”, prevê a Arko.

Maior potencial de crescimento

Ou seja, quem dispuser desses recursos sairá na frente para alcançar uma boa posição no pleito que já mostrou ser o mais disputado desde 1989. É o caso de Ciro, Alckmin e Haddad, que segundo a Arko, têm bom espaço de crescimento. “Além do avanço do PDT nas últimas eleições municipais, Ciro tem boa base eleitoral no segundo maior colégio eleitoral do Nordeste, o Ceará”, comentam os analistas políticos. No entanto, relativizam os analistas da consultoria baseada em Brasília, os detentores dessas armas não necessariamente serão os vencedores.

Haddad pode sonhar com segundo turno

O potencial de Alckmin (com cerca de 10%) está na estrutura do PSDB em todo o País, e ter sido governador duas vezes em São Paulo, maior colégio eleitoral do País. Haddad (em torno de 2%) conta com a força do lulismo. “O apoio de Lula levaria 30% do eleitorado a votar ‘com certeza’ no candidato apoiado pelo ex-presidente. Isto é, há espaço para Haddad sonhar com o segundo turno”, avalia a Arko. Bolsonaro e Marina, que lideram em cenário sem Lula, estão no caminho inverso: carecem de estrutura partidária, de palanques e de tempo de propaganda gratuita.

Hub para a Indústria 4.0

Marcos Jorge de Lima, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, e Daniel Feffer, presidente da Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil), lançam amanhã (4), o Hub i4.0, uma plataforma dedicada a conteúdos e tecnologias disponíveis para auxiliar as empresas brasileiras em suas jornadas rumo à Indústria 4.0. A cerimônia acontece na sede da ICC Brasil, em São Paulo, e terá a participação de representantes da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT), além de CEOs e diretores das empresas-membro da Aliança Brasil 4.0, um compromisso público lançado neste ano pela democratização dessas tecnologias no país.

Nas pistas de Interlagos

Super Racing Club, homologado pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), realiza a segunda edição em Interlagos, na capital paulista, de 6 a 8 deste mês. Participam do evento sócios do clube, que pagam uma mensalidade para acelerar diferentes carros de corrida profissionais, em várias pistas do autódromo. Nesta edição, também serão abertas vagas para convidados conhecerem a rotina e sonharem em ser piloto de corrida por um dia, sentindo as emoções de fazer o "S" do Senna, entre outras estripulias em alta velocidade. Na sexta (6), haverá transmissão do jogo Brasil, a primeira vez que acontece a sinergia entre a Copa e um evento de pilotagem em Interlagos, no lounge VIP, que conta com estrutura com telão.

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