Eleição na França em 5 pontos

Com as pesquisas apontando para a provável reeleição de Emmanuel Macron, a participação pode ser baixa e isso pode surpreender o processo eleitoral.

Arte a partir de imagens do Wikipédia

Eleitores franceses vão às urnas para o primeiro turno de votação em 10 de abril 

Na evolução das intenções de voto nessa eleição presidencial francesa de 10 de abril, em 1º turno, eleitores franceses vão às urnas para decidir se dão a Emmanuel Macron um segundo mandato de 5 anos como presidente. Pesquisadores locais medem o humor do público diariamente, produzindo enormes quantidades de dados que, uma vez agregados, fornecem informações indispensáveis ​​sobre o resultado provável – e indicam se ainda existem curingas, ou cartas na manga em potencial que podem causar uma virada no atual cenário. Um desses agentes de análises de pesquisas eleitorais, o site  POLITICO (com sede em Bruxelas – Bélgica) rastreia todas as pesquisas e com base nestas análises destacou os cinco pontos que chamam a atenção na eleição francesa e que podem até reverter a atual liderança do presidente Macron.

1. Macron é o favorito, mas…

Os dados sobre as intenções de voto no primeiro (10 de abril) e no segundo (24 de abril) turnos da eleição fornecem linhas de tendência muito claras para os principais candidatos. Os dois candidatos mais bem classificados no primeiro turno avançam para uma rodada frente a frente quinze dias depois. Macron, o titular, lidera por ampla margem em todas as pesquisas para o primeiro turno. Mas, mas, mas… sua recuperação mais recente nas pesquisas está começando a desaparecer, e a candidata de extrema-direita Marine Le Pen conquistou eleitores de seu rival Eric Zemmour, cuja campanha parece estar fazendo água. Portanto, a liderança geral de Macron diminuiu um pouco.

2. A Ucrânia é uma preocupação, mas outras questões também

Tentar determinar o que está na mente dos eleitores no período que antecede a eleição e quais são as principais questões que os levam a dizer que votarão em um determinado candidato pode ser difícil de medir. Muitas vezes, as respostas nas pesquisas dependerão muito da formulação das perguntas. Os eleitores franceses dão respostas muito diferentes quando solicitados a citar: a) o maior desafio que o país enfrenta e b) a questão mais importante para eles antes de seu voto

Existe uma preocupação geral de que a invasão da Ucrânia pela Rússia seja uma ameaça à segurança e à estabilidade e, portanto, recebe alta prioridade em termos dos desafios que a França enfrenta – e a história sugere que isso favoreceria o titular, particularmente aquele que tentou, embora em vão, convencer o presidente russo, Vladimir Putin, de não ir à guerra. Apesar da repercussão do conflito ucraniano-russo na política e economia global, o custo de vida é a primeira preocupação deles. A guerra é a segunda.  

3. A abstenção provavelmente atingirá um novo máximo

Embora o interesse pela campanha eleitoral em si não seja menor do que em anos anteriores, mais eleitores do que nunca dizem que planejam ficar em casa no dia da eleição. A menor participação no primeiro turno nos últimos anos foi de 71,6% em 2002 – o que ajudou o líder de extrema direita Jean-Marie Le Pen a fazer um avanço impressionante no segundo turno contra Jacques Chirac.

4. Poderia haver uma virada?

Embora os números da pesquisa sugiram que já está tudo b para bem difícil para os desafiantes de Macron, pode ser prematuro descartar totalmente uma virada em algum momento. Os partidários do candidato de esquerda Jean-Luc Mélenchon parecem inseguros em quem votariam no segundo turno se, como parece provável, seu candidato cair no primeiro turno. Um voto consolidado de conservadores e de extrema-direita, além de altas taxas de abstenção, pode ser uma receita para uma surpresa.

5. Cenário de escoamento: uma repetição de 2017?

Por enquanto, o segundo turno de 24 de abril provavelmente colocará Macron contra Le Pen, uma repetição da decisão eleitoral de 2017. E o resultado provavelmente será o mesmo também, mostram as pesquisas. Macron tem uma vantagem segura em todas as pesquisas que perguntam sobre as intenções de voto no segundo turno, independentemente de seu oponente.

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