A pesquisa, cujo campo se estendeu até ontem (6a feira), apresenta a última fotografia das opiniões e atitudes dos eleitores da semana que termina hoje.
O que nela chama mais atenção?
1. DISTÂNCIA. Confirma-se, como fora apontado em outros levantamentos abalizados desse período, o alargamento da diferença entre o primeiro e o segundo colocados, tanto na intenção de voto espontânea, quanto na estimulada do primeiro e segundo turnos. Ciro e Tebet, empatados na margem de erro, prometem uma luta acirrada pela terceira posição. Ela, dois pontos abaixo no total, já assumiu o terceiro lugar entre as mulheres e os idosos.
2. 1o TURNO. A maioria absoluta dos eleitores (68%) quer ver a eleição decidida já no primeiro turno. Isso é verdade sobretudo para os eleitores de Lula e Bolsonaro. Mas alcança também porções significativas dos eleitores da terceira via.
3. PARTICIPAÇÃO. Os registros de violência política deixaram marcas negativas na participação dos eleitores. Apenas 13% têm participado de alguma forma das campanhas. Para 43%, as pessoas têm evitado participar mais do que em outras campanhas. E, segundo 38%, têm evitado, quando em locais públicos, dizer em quem vão votar. Esse comportamento é mais frequente entre as mulheres, os eleitores de menor instrução e os de renda mais baixa.
4. FORÇA DA TV. Nessa semana, a TV e o Rádio consolidaram o primeiro lugar (52%) entre os meios de informação sobre a campanha, bem à frente das Redes Sociais (43%), que apenas entre os eleitores de Bolsonaro ocupam a primeira posição ( 49% contra 46% da TV)
5. PERFORMANCE. Segundo os eleitores, Lula vem se saindo muito melhor que Bolsonaro na propaganda da TV e Rádio ( 38% X 24%), nas notícias de jornais, portais e blogs (39% X 26%), e no noticiário de TV e Rádio (37% X 26%). Empata com o segundo colocado nas “conversas de WhatsApp” (31% X 31%). E perde por pouco ( 35% X 36%) nas Redes Sociais. Lembrando que essa última percepção descola do fato objetivo de Bolsonaro ter um número bem maior de seguidores e interações. Por fim, na memória do único debate que houve até agora, Lula teve melhor desempenho (27%) que Bolsonaro (23%), e Tebet (12%) ficou à frente de Ciro (10%).6. QUADRO CONSOLIDADO? Último fato a destacar, e talvez o mais importante para se entender o que poderá ainda acontecer daqui para a frente, é o comparativo entre avaliações de Lula e Bolsonaro. Desde que a campanha começou, o ex presidente mantém a sua avaliação positiva e a aprovação, retrospectivas, no mesmo patamar – 55% e 57%. Enquanto a avaliação negativa e a desaprovação oscilaram negativamente, hoje sendo 23% e 38%, respectivamente. O mesmo, praticamente, ocorreu com o atual Presidente. Ele mantém a avaliação positiva em 35% e a aprovação em 39%, ao passo que a avaliação negativa e a desaprovação cederam ambas apenas um ponto, aparecendo, hoje, nas marcas de 46% e 55%, respectivamente. Ou seja, ao que parece até o momento, as atitudes face aos dois principais candidatos estavam inusualmente consolidadas antes mesmo do início da campanha eleitoral.